Na comunidade Linux existe quase uma “religião” não escrita: que começa-se a usar Linux num ambiente de desktop inovador, cheio de ícones e menus, mas quando a confiança aumenta… pumba, aparece alguém a dizer: “o próximo nível é um tiling window manager”. É como se mudar para o i3, Sway ou Hyprland fosse o equivalente digital de atingir o Nirvana: produtividade máxima, sem precisar de rato, tudo só com o teclado. (Já usei todos durante muito tempo😅)
Mas será mesmo assim? Ou será que isto é mais um daqueles casos em que o hype é maior que a utilidade prática? Neste vídeo o autor explica com humor e pragmatismo, porque é que os “Tiling Window Managers” são adorados por uns, ignorados por outros, e porque muitos continuam felizes da vida no “velho” KDE ou GNOME.
O que é afinal um Tiling Window Manager?
Imagine que o seu ecrã é um tabuleiro de xadrez: cada aplicação ocupa um quadrado ou um conjunto deles. Nada de janelas a flutuar por cima umas das outras, nada de clicar e arrastar para ver o que está por baixo. Tudo encaixa automaticamente como Tetris.
Resultado: menos tempo a organizar janelas e mais tempo a… bem, teoricamente, a trabalhar.Vantagens reais (sem fanatismos).
Produtividade sem rato: quase tudo se faz com atalhos de teclado, evitando aquele exercício olímpico de mover a mão do teclado para o rato.
Consumo leve: sem docks cheias de efeitos ou animações, consome menos memória e CPU.
Aproveitamento do ecrã: nada de espaço perdido com barras gigantes ou janelas mal arrumadas.
Personalização brutal: se gosta de passar tardes a afinar configs e ficheiros
.conf
, é o paraíso!😅
Mas… não é a solução mágica.
O lado negro da força também existe:A curva de aprendizagem inicial pode ser (muito) chata.
Se trabalha num portátil de 14″ ou 16″, meter três ou quatro apps lado a lado é como tentar ler a bula de um medicamento sem lupa.
Para quem só usa duas janelas em simultâneo (browser + editor de texto, por exemplo), o ganho é mínimo.
Desktop Environments também evoluíram.
KDE, GNOME e companhia não ficaram a ver navios. Hoje já é possível arrastar uma janela para o lado e ela ocupa metade do ecrã, ou usar atalhos para as organizar como num tiling manager simplificado. Até o KDE tem um modo de tiling completo, caso se queira brincar. Ou seja: mesmo sem mudar de paradigma, já há funcionalidades que roubam a melhor parte dos tilings.A decisão final: estilo ou substância?
Tiling window managers são como bicicletas fixie: quem as usa jura que são a essência da eficiência urbana, mas para muita gente um carro ou até uma trotinete elétrica continua a ser mais prático.
Se o seu fluxo de trabalho envolve dezenas de janelas abertas, planilhas, terminais e browsers ao mesmo tempo, um tiling pode ser ouro sobre azul. Mas se o dia-a-dia é mais “uma app de cada vez”, talvez a mudança traga mais dores de cabeça do que ganhos.
Bom trabalho!!
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